Uma interpretação dos Passos por um acadêmico eminente que não foi um dos
nossos, porém sempre foi um conosco.)
(Artigo publicado na Revista “El Mensaje”)
Não foram teorias complicadas e teológicas acerca de Deus as que escreveram os
Doze Passos. Eles foram forjados na dura rocha da experiência de homens
que se encontravam em desesperada necessidade. Entretanto, falando como um
clérigo que nunca foi alcoólico, eu leio aqueles Doze Passos com profunda
admiração intelectual. Eles estabelecem com suficiente clareza e concisão as
verdades essenciais, tanto psicológicas quanto teológicas, que formam a base de
uma possibilidade de transformação de caráter. Quando li o Segundo Passo, “Viemos a acreditar que
um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sobriedade”, senti que
acertara na mosca do meu problema. Para uma vida sã e sensata há duas técnicas indispensáveis. A primeira é à força de vontade, isto é, pondo todo nosso esforço e lutando para sobrepujar as
dificuldades. A segunda é uma atitude receptiva, a hospitalidade a um poder que
está além de nós, ao que o apóstolo Paulo chamava ser “fortalecido por um poder
que vem de seu Espírito para o homem interior”. A primeira maneira é como a
fruta de uma árvore; a segunda é como a raiz da árvore. Depois de muitos anos
atuando como conselheiro pessoal estou seguro de que, tarde ou cedo, cada vida
passa por alguma experiência que a primeira técnica não pode suprir e a segunda
técnica se converte em uma necessidade crítica.
Pelo Dr. Harry Emerson Fosdick